A indústria dos jogos é poderosa, rende uma grande quantidade de dinheiro e foi uma das menos abalada pela recente crise financeira .
O negócio dos videogames é muito grande e move bilhões no mundo inteiro. Já se sabe que os jogos trazem alguns benefícios para a mente como: melhora na coordenação motora, concentração, raciocínio, capacidade de colaboração, entre outros. Sabemos também que não é de hoje que games geram empregos, criam indústrias, contribuindo para a evolução tecnológica do país diretamente e indiretamente.
Porém o Brasil não só faz questão de ficar atrasado nesse seguimento, como tenta aniquilar qualquer oportunidade de desenvolvimento nessa área com os, já incansavelmente comentado, impostos de n%, a má divulgação na mídia e empecilhos na política.
Claro que atualmente as coisas estão bem melhores e com a abertura de faculdades especializadas no designer e manuseio de engines , o anuncio recente da Blizzard no Brasil e eventos importantes referentes a jogos, naturalmente começam a surgir alguns bons títulos.
Taikodom, um jogo brasileiro de sucesso
Transportando o Brasil outra promessa
Só que, para muitos, o conceito de o que é game ainda parece focado em desenhos animados, sons polifônicos e bonecos sorridentes, Quando se tem uma cara feia automaticamente ela é estigmatizada. Então se toca em temas religiosos, ai a coisa fica feia.
Diablo, um excelente jogo estigmatizado pelas religiões
Contribuindo com a imagem negativa, temos o lado divulgado e amplificado pela mídia, pois os games são uma coisa tão boa que acabam criando um gamevicio (desculpe o trocadilho :D) ou ,em casos extremos, mudança de comportamento. É justamente nesse ponto que nossa “amada” mídia adora criar campanhas anti-videogame, supervalorizando e distorcendo alguns aspectos a respeito dos jogos com propósito e torná-los nocivos aos olhos do público. Sendo que os games atuais muitas vezes possuem uma historia digna de filme hollywoodiano com direito a Oscar.
Uncharted 2 um belo exemplo de jogo.
Pois bem, quase todas as reportagens de jogos nesse País alarmam para a “altíssima” violência contida nos jogos, através de palavrões e ofensas a religiões, com a criação de leis conservadoras e, ate mesmo, a proibição de títulos, no Brasil, o que é uma grande hipocrisia, pois novelas, programas de televisão e filmes como tropa de elite, Carandiru, e cidade de Deus, mostram cenas de preconceito, discriminação, e violentas com muito mais detalhes (diga-se gráficos) e são assistidos pela grande maioria da população sem criticas dos pais ou da mídia, ao contrario, esses programas, filmes e novelas, “que são quase desenhos animados”, ganham destaque e acabam criando bordões ditos por todos como “traz a vassoura 07”, “chique de doer” ou “Are baba” e “tike” (Horrivel).
Counter-Striker. Considerado um jogo de realismo e violência extrema!!
Mas a novela das 8 é sagrada
Se por um lado, o jogador normal tem controle de seu personagem, decide o que fazer ou não. Por outro temos as novelas que ditam regras, vestuário e costumes. Onde milhares de brasileiros seguem feitos Zumbis “a modinha da vez”.
Quem acha que as índias são assim?
Em termos de durabilidade temos os games singleplayer recentes que duram em media 6 a 10 horas com um fator de replay médio. Mas nas novelas, temos 1 ano em media, onde são exibidas historias repetitivas, sem muita inovação, feitas somente para a alienação da população (salvo algumas claro).
O desespero dos pais
GTA : O mais comentado
Na política houve somente um destaque favorável. Com o projeto 300/2007, criado pelo ex-deputado e atual prefeito de Joinville, Carlito Merss que quase caiu no esquecimento e foi retomado pela campanha “Imposto Justo para os videogames”. Temos uma representação, mesmo que ainda só no papel, e quem sabe, futuramente, uma possível mudança para a indústria gamistica. Visto que o projeto foi amplamente divulgado e apoiado por vários portais brasileiro de games.
Mas nossos políticos parecem querer criminalizar quase todos os tipos de jogos, então fica proibido “a fabricação, a divulgação, a importação, a distribuição, a comercialização e a guarda, em depósito, dos jogos de videogame que ofendam os costumes, as tradições dos povos, dos seus cultos, credos, religiões e símbolos.” Como os de FPS, TPS, corrida com rachas, RPG, Ação, Aventura, Comedia (Políticos), ou seja, sobram jogos esportivos e jogos em flash como o “infame” Colheita Feliz.
Colheita Mald... Digo Feliz não ofende costumes, mas permite jogar praga e roubar a fazenda dos outros.
A brilhante idéia acima, que já foi aprovada pela Comissão de Educação, surgiu do senador Valdir Raupp. Alguns de vocês devem estar se perguntando quem é esse tal de Valdir Raupp. Afinal quem é esse cavalheiro que zela pela moral e pelos bons costumes? Imaginam que seja um arauto da honestidade e da decência, certo? Errado. Raupp é réu em dois processos do STF. O senador fazia parte de uma lista de propina apreendida pela Polícia Federal. Ele também apoiou seres abjetos como Renan Calheiros, Romero Jucá e Fernando Collor, e defendeu José Sarney durante a última crise do senado.
a esquerda Valdir Raupp a direita Carlito Merss, vencerá?
Nosso país em comparação com o México tem muito mais potencial. Seja pela situação econômica, quanto também populacional. Detemos algo perto de 0,7% enquanto que mexicanos muito menores que nós, tem 2% do mercado de jogos.
Hoje os jovens que buscam trabalhar nessa área acabam indo para o exterior ou não conseguem emprego no Brasil porque não há incentivo para o mercado com tantos impostos. Sem nenhum incentivo econômico, conseqüentemente temos uma baixa produção de games brasileiro com qualidade.
Mas não é somente a questão do comércio, envolve-se o design, programação, internet, desenvolvimento de hardware e software, tudo com tecnologia de ponta. Estamos deixando de explorar várias áreas porque o mercado brasileiro não funciona.
O que é lamentável, pois nosso país tem historias épicas, como a resistência de canudos, a luta dos escravos e índios, a luta estudantes contra a ditadura e temos excelentes livros que deram bons filmes e dariam ótimos jogos.
Felizmente, o Wii passou a chama atenção de um publico brasileiro pouco acostumado com games. Seus jogos casuais focado na diversão, interatividade e multiplayer esta removendo vários preconceitos associado a eles.
Derrubador de preconceitos
Outro jogo que ganhou recente destaque positivo, ao ponto de aparecer em um quadro na Ana Maria Brega foi Guitar Hero.
Um Milagre
Não é nada grandioso, mas já é um começo.
Para encerra, quem sabe um dia veremos jogos tanto brasileiros quanto estrangeiros com alguma importância na mídia. Em comerciais dignos passando no horário nobre ou, no caso brasileiro, em telões de famosas avenidas como foi em NY com Crysis 2.
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